O livro examina o papel das emoções no protesto. Isto permite-nos compreender como e porquê um protesto ou um ator social emerge e persiste, apesar de vários obstáculos, incluindo a forte repressão. Propõe-se, assim, revisitar vários problemas clássicos de investigação, como as motivações e a passagem à ação, o recrutamento, a procura de estratégias para influenciar e conseguir mudanças profundas, centrando-se nos vários papéis desempenhados pelas emoções nas estratégias dos actores sociais.O primeiro capítulo apresenta o contexto histórico e analítico em que se deu a "viragem emocional" nos anos 2000 e os problemas teóricos e metodológicos do estudo das emoções. Através de diferentes contributos teóricos, pretende-se tornar mais explícita a pertinência da abordagem emocional. Um segundo capítulo analisa mais detalhadamente a relação entre protesto e repressão, à luz das contribuições latino-americanas sobre o ativismo de alto risco e a abordagem emocional, que se desenvolveu na América Latina na década de 2010.