Os baixos níveis de coerência e integração regional da Ásia Oriental, a par da transição pós-Guerra Fria para uma ordem multipolar, levantam algumas suspeitas sobre as perspectivas futuras de paz e estabilidade na região, mais especificamente entre a China e o Japão. O seu poder económico, peso político, influência regional e capacidades militares (apesar das restrições constitucionais do Japão ao uso da força) tornam a manutenção do equilíbrio nas suas relações bilaterais absolutamente crucial para a estabilidade regional. No entanto, devido ao seu passado histórico, às memórias do colonialismo, à antiga agressão militar, às actuais disputas territoriais no Mar da China Oriental e aos nacionalismos concorrentes, a estabilidade nas relações sino-japonesas não pode ser considerada um dado adquirido. Assim, ao desafiar as principais previsões e pressupostos dos realistas estruturais, este livro procura responder à seguinte questão: Porque é que a China e o Japão têm sido capazes de mitigar todos os problemas que assolam as suas relações, evitando o conflito militar?